Tarifa de Gás Natural da Bahia poderá sofrer aumento de 50%

Caso aprovada, proposta da distribuidora local Bahiagás deverá desestimular consumo do energético no estado

O estado da Bahia corre o risco de ter um aumento de 50% na tarifa de distribuição gás natural. A Agência Estadual de Regulação de Serviços Públicos de Energia, Transportes e Comunicações da Bahia (AGERBA) encerrará no dia 06 de maio o prazo para recebimento de contribuições para a consulta pública e uma audiência será agendada para a votação da proposta da Companhia de Gás da Bahia (Bahiagás).

A proposta inicial apresentada pela Bahiagás previa um aumento de R$ 0,4075/m³ na margem, representando um valor 56% acima do aprovado em 2023 (R$ 0,2610/m³). A proposta foi revisada pela AGERBA, que propôs a margem de R$ 0,3326/m³, representando aumento de 27% ante valor aprovado para o ciclo 2023/2024.

As justificativas para o aumento têm por base a queda do volume prospectado em 27%, quando comparado ao orçado no ciclo anterior; a queda de 50% no volume mercado livre políticas públicas ante valor orçado no ciclo 2023/2024, muito influenciado pelo segmento fertilizante; o aumento desproporcional no investimento em 19%, que ocasionou um aumento na remuneração do investimento líquido e no custo de capital; e o aumento de custos unitários em despesas com Pessoal (+8%), Despesas Gerais (+12%), Serviços Contratados (+21%), despesas com Comerciais e publicidade (+38%) e Materiais (+63%), quando comparado aos valores orçados no ciclo anterior – 2023/2024.

Para a Abrace Energia, associação que representa os grandes consumidores de energia elétrica e gás natural, o aumento do investimento em um cenário de retração do mercado não faz sentido. Serão várias as consequências de um aumento tão substancial na tarifa para o estado, como comprometer a competitividade do gás e incentivar a saída de consumidores. “O aumento deverá desestimular o consumo do gás natural no estado e, consequentemente, aumentar a busca por fontes mais acessíveis economicamente, como combustíveis fósseis substitutos, que podem comprometer a sustentabilidade”, disse Adrianno Lorenzon, diretor de Gás Natural da Abrace Energia.

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