Nelson Hubner afirma que o governo brasileiro precisa reassumir seu papel de formulador de políticas públicas para que o país volte a crescer

Em entrevista ao presidente da Abrace Energia, o especialista aborda temas polêmicos como os subsídios para energias renováveis, a independência das agências reguladoras, Itaipu e Angra 3

Para Nelson Huber, o governo brasileiro tem que reassumir seu papel de gestor e formulador de formulador de políticas públicas do país e o setor elétrico é essencial. “Não dá para deixar toda a política pública de energia ser formulada a partir a de pequenos lobbies que olham para o problema unicamente de um foco e acabam gerando custo para toda uma cadeia da sociedade, até inviabilizando por exemplo algumas fontes energéticas que são fundamentas na transição energética. Ou o governo assume o seu papel ou pode acontecer de ao invés de usar a grande vantagem que o país tem dentro de um cenário de transição energética, nós vamos criar uma série de fontes de energia boas e baratas e o consumidor de energia vai ficar pagando caro demais, inibindo o crescimento do país”, disse o especialista do setor, que foi o entrevistado do presidente da Abrace Energia, Paulo Pedrosa, no programa Vozes da Energia de 30 de novembro.

Nelson Hubner, que é engenheiro eletricista, foi ministro interino de Minas e Energia e diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), também critica a continuidade da cobrança de subsídios para fontes de energia renováveis, como eólica e solar, que tiveram uma grande expansão no país. Para ele, esse incentivo não é mais necessário, pois temos uma realidade completamente diferente, com essas fontes abundantes, contando com financiamentos e contratadas diretamente no mercado livre.

Na conversa, Hubner também critica a aprovação PDL 365/2022, que susta decisão da ANEEL sobre a cobrança do sinal locacional nas tarifas de transmissão elétrica, que ele interpreta como um péssimo sinal aos investidores. “Se o Congresso acha que não deve ser desta forma, que se mude a lei. Mas, que se discuta com a sociedade em cima de parâmetros objetivos, de estudos técnicos que fundamentem uma outra opção. É assustador o Congresso Nacional aprovar algo que vai impactar no aumento do custo da energia para os consumidores, industriais e residenciais, e no Nordeste brasileiro, que é hoje é onde está sendo gerada a energia mais barata do país. Por isso, o sinal locacional lá deve reduzir o preço dessa energia e favoreceria a implantação de uma série de indústrias”, afirmou.

Na entrevista, também são abordados temas polêmicos como Itaipu e Angra 3, e os possíveis impactos para os consumidores. Confira:

Sobre o Vozes da Energia

O programa Vozes da Energia apresenta, em transmissão ao vivo pelas redes sociais da Abrace, alguns dos principais nomes da energia para aprofundar temas importantes do setor, debater novas ideias, discutir soluções e trocar informações. Acompanhe todas as edições pelo Youtube.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *