Especial Transição Energética: conheça a experiência da Rima

O conceito de sustentabilidade, apesar de amplamente discutido hoje, já é uma realidade para algumas indústrias há algum tempo. Iniciativas para tornar os produtos mais verdes, com baixa emissão de gases de efeito estufa, são um dos pilares para grande parte do setor produtivo brasileiro nesse novo cenário. A contratação de energia proveniente de fontes renováveis também é outro alicerce importante na caminhada em direção à transição energética. Entenda mais sobre o tema na entrevista a seguir com Alexandre Almeida, Diretor de Energia e Mineração da Rima.

O que a Rima entende por transição energética, considerando seus projetos?

Para a Rima, transição energética é a transformação de sua matriz energética, matérias primas e processos para torná-los mais eficientes e verdes, reduzindo a geração e a captação via bio-florestas de gases do efeito estufa.

Quais ações já foram iniciadas?

Na parte de energia, a Rima está participando direta e indiretamente de projetos greenfield em renováveis. Esperamos chegar em 2024 com, no mínimo, 50% de nossa energia suprida por fontes renováveis provenientes de eólicas e solares. Atualmente, a Rima tem 100% da energia contratada de fontes hidráulicas, ou seja, não temos contratos de fornecimento que usam combustíveis fósseis. Nós temos esse viés de ser sustentável há muito tempo. Na parte de magnésio, por exemplo, somos uma empresa que produz o magnésio 100% verde. Em 2014, recebemos o prêmio “Awards of Excellence and Environmental Resposibility”, que reconhece internacionalmente a produção de Magnésio Metálico. Fomos eleitos como o magnésio mais verde do mundo, com as menores emissões de gases de efeito estufa. Em 2020, fomos reconhecidos novamente como o magnésio verde do mundo. Em 2006 nós criamos a maior Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) do Estado de Minas Gerais no município de Januária, com aproximadamente 18 mil hectares, em um projeto para manter a área totalmente reflorestada. A Rima também já teve um projeto de crédito de carbono aprovado na ONU em 2007, um dos primeiros do setor, proporcionando a redução anual de 35 mil toneladas de CO2 na atmosfera, o equivalente a plantar 350 mil árvores todo ano.

Você acredita que o setor produtivo brasileiro já prioriza esse viés da sustentabilidade?

Acredito que as empresas brasileiras já estão com esse pensamento. A questão do ESG está sendo muito divulgada tanto no nosso setor como no Brasil e as empresas estão engajadas com a sustentabilidade e a responsabilidade social. Pensando nesse sentido, eu vejo que o Brasil é um dos países que mais investem em sustentabilidade.

Com relação ao ambiente internacional, você entende que o Brasil está em um bom patamar de investimentos em transição energética?

O Brasil já investe muito em transição energética atualmente e tem que continuar investindo. No mundo observamos retrocessos, principalmente na Europa voltando com energias à base de carvão e outras fontes poluentes. Mas o Brasil, em um futuro próximo, será um dos países com a maior transição energética.

Acredita que o Brasil utiliza todo o potencial que tem para promover a transição energética?

O potencial é muito grande. A substituição do carvão mineral por carvão vegetal no setor de siderurgia e metalurgia já tem trazido para o Brasil um viés de sustentabilidade bastante notável. Então, acredito que o País tem um potencial muito grande na transição energética e as empresas já estão produzindo seus materiais de forma mais verde, mais sustentável e com a tendência de emissões zero na atmosfera.

Voltando ao setor produtivo brasileiro. O investimento realizado pelas indústrias é revertido em diferencial competitivo? Ou é uma tendência que está sendo seguida por todas (ou maioria) e vai gerar um impacto neutro nos negócios?

Acredito que esse tipo de investimento é realmente um ponto positivo. Se olharmos para os stakeholders, a sustentabilidade ambiental e social são consideradas um diferencial, ou seja, uma necessidade de mudança das empresas. Por enquanto, podemos considerar como um compromisso da Rima e a esperança de que isto nos traga um diferencial no futuro. Falar que é um diferencial competitivo nesse momento ainda é muito cedo. Acreditamos que no futuro pode haver algum diferencial competitivo de empresas que têm um selo verde, por exemplo.

Qual a importância da regulamentação do Mercado de Carbono no Brasil?

A regulação desse mercado, em nível brasileiro e depois mundial, traz benefícios para muitas empresas. Além do quesito da sustentabilidade, a regulação oferece uma remuneração financeira para que a empresa possa fazer e manter essa sustentabilidade ao longo do tempo. Realmente acredito que isso possa ajudar a contribuir para a redução dos gases de efeito estufa aqui no Brasil. Porém, essa discussão no Congresso tem que ser muito bem feita, porque as empresas brasileiras já estão atuando nesse setor, e a regulação não pode desconsiderar o que já foi feito pelas empresas.

 

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