Entrevista com a Conselheira Cláudia Schaeffer

A indústria nacional tem uma grande capacidade de desenvolvimento, gerando emprego e renda para a população. Para isso, é preciso o investimento na reindustrialização do Brasil, e o setor energético ocupa um papel fundamental, sendo um eixo importante para atrair investimentos e contribuir para a descarbonização. Na entrevista a seguir, Cláudia Schaeffer, Conselheira da ABRACE e Diretora Global de Negócios para Energia e Mudanças Climáticas da Dow, evidencia a perspectiva do setor produtivo e reforça o potencial do País.

Qual o papel da indústria para a transição energética brasileira?
O Brasil tem grande potencial de destaque em uma economia global de baixo carbono, a partir da transformação de energia limpa e recursos naturais em produtos mais sustentáveis, agregando valor ao país, gerando empregos e renda. A indústria grande consumidora de energia engloba materiais que são essenciais no nosso dia a dia, como por exemplo, aço, alumínio, vidro, cimento, papel e químicos. Por isso somos um vetor importante no desenvolvimento e escalabilidade de novas tecnologias de processo que serão fundamentais na descarbonização. Com políticas públicas adequadas, desenvolvimento de infraestrutura e reconhecimento de custo e valor da descarbonização pela sociedade, é possível mobilizar o investimento necessário para acelerar essa transição.

Por que a modernização do setor elétrico é tão importante?
Precisamos de transparência no custo da energia e remoção de subsídios para garantir a competitividade da indústria grande consumidora de energia, atraindo investimentos para reindustrializar o país e aproveitar o nosso potencial em uma economia de baixo carbono. Existe uma competição global por capital. O Brasil tem uma vantagem competitiva, mas outras regiões estão se reposicionando e reduzindo significativamente seu custo de descarbonização com base em subsídios como a Lei de Redução da Inflação (IRA), nos Estados Unidos, e o Green Deal, na Europa. Temos uma janela de oportunidade nos próximos cinco a 10 anos que não devemos perder.

O que podemos esperar e como o setor de gás natural deve avançar a partir do cumprimento da harmonização regulatória, estabelecida na Lei do Gás, a qual estabelece que os estados devem acompanhar o que foi definido em lei federal?
A harmonização regulatória entre Estados e lei federal trará segurança jurídica para os investidores privados, promovendo a abertura do mercado, estimulando a competitividade e aumentando a demanda de vários segmentos. O gás natural tem grande relevância na transição energética brasileira e na reindustrialização do país.

Qual a importância da ABRACE para os consumidores, para a indústria e para o desenvolvimento do setor energético?
A Abrace é uma associação respeitada pelo seu conhecimento técnico no setor elétrico brasileiro e atuante na formulação de políticas públicas. Busca a competitividade e crescimento da indústria brasileira por meio de uma atuação estratégica, pautada em estudos técnicos que contribuem para a efetivação de projetos, avanços regulatórios, e modernização do setor.

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