A Abrace teve a oportunidade de participar do Encontro Nacional de Agentes do Setor Elétrico (ENASE), uma das principais conferências do setor elétrico. O evento, promovido no Rio de Janeiro entre os dias 21 e 22 de junho, foi uma edição comemorativa de vinte anos e trouxe a temática “Construindo caminhos para o futuro do setor elétrico brasileiro” para o centro do debate, que contou com painéis sobre transição energética, transformações e oportunidades para o setor. O presidente da Abrace, Paulo Pedrosa, integrou a mesa “A reta final para abertura da alta tensão e o novo mercado de energia”, na qual pôde apresentar um panorama da visão dos consumidores.
O ponto inicial defendido por Pedrosa tem relação com a representatividade dos consumidores de energia elétrica nas discussões sobre o setor, que por vezes não encontram porta-vozes nos ambientes de debate. Além disso, o presidente da Associação lembrou que o consumo industrial está estabilizado há doze anos e compete com mercados globais que oferecem produtos a um custo menor. Nesse sentido, para proporcionar um impulso no ambiente de investimentos, é preciso resolver a questão da plataforma regulatória, objetivando a redução do custo global da energia.
O Brasil tem o potencial de se tornar o país da energia limpa, barata e segura. Mas, segundo Pedrosa, essa riqueza está sendo destruída nas engrenagens do setor elétrico, que capturam essa riqueza criando nichos de oportunidade no setor contra o interesse dos consumidores e da sociedade. “Esse é o problema que a gente tem que enfrentar e tem que enfrentar reduzindo o custo final da energia e aumentando a eficiência do setor, alocando corretamente os riscos e os custos do setor”, afirma.
Para superar esses desafios, o presidente da Abrace lembra da importância do comprometimento das lideranças do setor e posiciona o governo como agente principal da mudança, a partir da estruturação de princípios para a abertura de mercado e para a eficiência do setor.
Participaram do painel ao lado da Abrace, Carlos Faria, presidente da Anace, Carlos Evangelista, presidente do Conselho da ABGD, e Carlos Brandão, presidente da Abaque.