Gás Natural aumenta 94,11% em Petrolina e 99,82% em Garanhuns

Custo atual do abastecimento das redes locais da Copergás é quase três vezes maior do que o custo do suprimento do mercado canalizado de todo o estado

No primeiro semestre de 2024, o preço do Gás Natural Liquefeito (GNL) utilizado para atender os municípios de Petrolina e Garanhuns foi quase três vezes maior do que o custo do gás natural vendido no país. Com o distrato entre Copergás e NewFortress, em dezembro de 2023, foi acordado o fornecimento de GNL a um preço fixo de 6,4156 R$/m³ para os meses de janeiro e fevereiro. Antes do distrato, o preço do contrato para janeiro seria de 3,3051 R$/m³ para Petrolina e 3,2106 R$/m³ para Garanhuns. O aumento registrado foi da ordem 94,11% para Petrolina e de 99,82% para Garanhuns, percentual verificado inclusive em nota técnica da Agência de Regulação de Pernambuco (ARPE).

Após a finalização das obrigações estabelecidas no distrato com a NewFortress, a Copergás contratou GNL com outro fornecedor para o período de março a julho de 2024, que manteve a tendência dos preços que foram praticados pela NewFortress, nos meses de janeiro e fevereiro.

A Abrace Energia questionou a Agência Reguladora sobre o aumento dos preços. Contudo, a ARPE afirmou não ter, por medida contratual, gerência sobre os preços praticados pelos fornecedores da Copergas e que entende que o cenário de aumento de preços do GNL ‘se tratou de ajustamento de preço praticado pelo mercado situacional decorrente, notadamente, de externalidades no cenário mundial’.

Para a Associação, aumentar a competitividade com um olhar mais cauteloso sobre a política pública dos preços praticados em Pernambuco é de grande importância neste período em que o estado tem investido em sua reindustrialização, com a conexão Polo Gesseiro do Araripe, por exemplo.

Segundo Adrianno Lorenzon, diretor de Gás Natural da Abrace Energia, o Estado deve observar a viabilidade das redes locais. “A expansão da rede de distribuição, seja pelo sistema conectado, seja pelas redes locais, é bom para o mercado. Mas, isso não pode ser feito a qualquer preço. Tem que fazer sentido para todos, de forma a reduzir o impacto do alto custo para a indústria e para os cidadãos pernambucanos. Faz sentido pagar o triplo pelo gás natural? Neste caso, é mais prudente manter o abastecimento com outros energéticos, como o GLP (gás de cozinha)”, disse Lorenzon.

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