A indústria brasileira enxerga com otimismo as mudanças propostas para o mercado de gás natural. O governo lança nesta terça-feira, 23/07, o Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico, mais uma das iniciativas que, junto com a resolução do Comitê Nacional de Política Energética e o acordo entre Cade e Petrobras para a venda de ativos da estatal no setor, reúnem as condições para que a competição seja a direção para a redução de tarifas deste importante insumo para a indústria nacional.
No estudo realizado pela ABRACE em março deste ano – Os Impactos dos Preços da Energia Elétrica e do Gás Natural no Crescimento e Desenvolvimento Econômico – fazemos uma avaliação do impacto da redução de até 48% das tarifas do gás natural na indústria para a economia brasileira. Os benefícios dessas medidas se estendem a diversos setores, não apenas ao setor de petróleo e gás natural. Produtos industrializados que fazem parte da vida dos brasileiros, como metais, alumínio, materiais de construção, vidros, alimentos e bebidas podem tornar-se mais competitivos no cenário global com a redução do custo de produção, por meio de redução nas tarifas do gás natural.
Os resultados esperados em um cenário de redução do custo de gás são:
Mais investimento: Os investimentos podem crescer 3,4% no curto prazo e 6,4% no longo prazo. Isso significa um aumento considerável da formação bruta de capital fixo nos próximos dez anos, com elevação de R$ 63 bilhões no fluxo anual .
Geração de riquezas e Crescimento: Estimativas da ABRACE apontam que o crescimento do PIB saltaria de 2,2% ao ano para 2,6% ao ano na média em 10 anos, com impacto mais forte no período entre 2018 e 2023. Ao final de dez anos, o PIB brasileiro teria R$ 325 bilhões a mais que o previsto no cenário de referência, o que equivale a uma diferença acumulada de 4,8% em relação ao PIB de 2018.
PIB per capita: A taxa de expansão do PIB per capita passaria de 1,6% ao ano para 2,0% ao ano na média dos próximos dez anos. Com isso, o PIB per capita brasileiro de 2028 seria de aproximadamente R$ 39,7 mil, um valor cerca de R$ 1.459,00 maior que o PIB per capita previsto no cenário de referência.
Mais empregos: A expectativa é que a população ocupada aumente em 4,3 milhões.
O estudo pode ser acessado na íntegra na Biblioteca do site ABRACE.