A Comissão de Serviços de Infraestrutura (CI) do Senado Federal promoveu audiência pública, na terça-feira (30), para debater os efeitos do mecanismo constraint-off (curtailment), que pode gerar ressarcimentos a geradores eólicos e solares e impactar diretamente a conta de luz dos consumidores. O presidente da ABRACE, Paulo Pedrosa, representou a Associação e reforçou que o consumidor não pode pagar a conta pela falta de demanda.
Em sua fala, Pedrosa destacou que o Brasil pode ser o país da energia limpa e barata para produzir produtos verdes e competitivos para o mundo, porém mecanismos de subsídios criados no setor e a oferta de energia de má qualidade vem gerando consequências importantes para a economia. A crise atual do curtailment exemplifica esse cenário, que o presidente da ABRACE classifica como um problema estrutural. Nesse sentido, ele afirma que os consumidores não podem pagar pela falta de demanda.
Questões estruturais precisam ser enfrentadas com a mudança da visão da transição energética no Brasil. “A transição energética no Brasil foca em incentivar a oferta, o gerador. A transição energética ocorre no consumo”, constata Pedrosa. É preciso criar um programa nacional de incentivo ao consumo, diluindo custos com encargos e infraestrutura, e resolvendo o problema. O presidente da Associação lembra que há dezenas de rotas tecnológicas que precisam ser estimuladas para aumentar o consumo de forma estrutural no Brasil. “Assim faremos a transição da nossa sociedade para uma sociedade mais próspera e mais justa”, conclui.
Veja a íntegra da audiência pública a seguir:
Foto destaque: Geraldo Magela/Agência Senado

